18 março 2012

Porque discordar da opinião de experts em vinhos?



Críticos de vinhos têm poderes especiais. Não poderes como os de super-heróis, que têm a habilidade de voar ou de controlar as mentes de estranhos, mas, de acordo com um novo estudo, os principais criticos têm a habilidade de sentir sabores sutis e químicos que as massas não conseguem detectar. É este senso apurado de gosto que ajuda os experts a descrever e avaliar os vinhos. Mas faz sentido prestar atenção nas avaliações que são baseadas em diferenças sutis de sabor que nada significam para o bebedor médio? Talvez, então, os críticos de vinhos realmente consigam controlar mentes: afinal, eles conseguiram persuadir muitos bebedores de vinho que se interessam por suas opiniões.
Em um novo relatório publicado no American Journal of Enology and Viticulture, uma pesquisa comparou as habilidades de degustação de produtores de vinho e críticos com aquelas de consumidores comuns. Os participantes foram testados para ver se eles conseguiam detectar a presença de uma certa substância química. De fato, os experts foram mais propensos do que a média ao perceber o químico - e o descreveram com sendo intensamente amargo.Mas essa "amargura intensa" do químico teve nenhum ou quase nenhum reconhecimento para os consumidores normais. Eles não se incomodaram com o sabor e talvez nem o tenham percebido.A moral é: críticos de vinho e os especialistas da indústria sentem as coisas diferentemente de você e eu. Então por que você ouviria alguém que não compartilha do seu gosto? Isso é equivalente a ir no cinema ver um filme baseado nas opiniões de um crítico que tem um senso de humor completamente diferente do seu e sobre o que faz uma história ser boa. Se seu filme favorito é um lançamento, você provavelmente não deveria prestar muita atenção no que um crítico que tem em sua lista dos 10 melhores apenas filmes de antes de 1957.Você certamente não deveria pagar mais para ver um filme recomendado por tal crítico, mas é basicamente o que as pessoas vêm fazendo se elas estão seguindo sugestões de críticos de vinhos cujos gostos não são compartilhados. Vinhos com maiores avaliações, afinal, normalmente custam muito mais do que aqueles que são ignorados pelos experts.O que é especialmente interessante sobre o vinho é que há uma correlação entre quanto alguém paga por ele e quanto essa pessoa o aprecia. Sobre esse assunto foi publicado um trabalho pela American Association of Wine Economists, que concluiu o seguinte:Além do mais, investigações têm mostrado que vários experts de vinhos raramente concordam sobre quais são os melhores vinhos. E por que eles deveriam? Isso é uma questão de gosto pessoal, e cada pessoa tem um gosto diferente.

"Indivíduos que desconhecem o preço não obtêm mais prazer de um vinho mais caro."

O trabalho indica que quando o consumidor paga mais por um vinho, ele tende a gostar mais - porque ele acredita que o gosto é melhor. Mas a maioria dos bebedores, quando desconhecem o preço do vinho, são tão propensos a gostar de um vinho de $15 quanto um de $75. Isso mostra como o cérebro humano trabalha, pelo menos em termos de produtos cercados de apelo esnobe e de suposta sensibilidade"refinada". A verdade é de que com o vinho, um preço maior produz maior prazer, mas somentre se você souber que o preço é elevado!
O melhor conselho vem de John Hayes, acadêmico da Penn State e co-autor do novo estudo, que disse à Bloomberg:

"Se você acha que o vinho deve ser bom, você vai gostar muito dele, mas, para mim, a regra mais simples sobre vinhos é se você gosta, beba."

Em outras palavras: apreciar um vinho é, e deveria ser, uma questão de gosto.